Sucessão: quando começar a falar disso na família?

Início/Gestão Empresarial/Sucessão: quando começar a falar disso na família?

Na fase de debates em palestra recente para cerca de 300 empresários recebi a seguinte pergunta: “Em minha família, os jovens ainda não despertaram para os negócios da empresa e, por enquanto, só pensam nos benefícios que possam dela desfrutar. Quando iniciar o processo de sucessão?”

Esta questão é recorrente em nosso dia a dia nas empresas e ganha especial atenção nas familiares, embora não seja restrita a elas. A resposta passa pela política definida no grupo familiar, sobre como aproveitar a nova geração. Para as empresas mais estruturadas, o Conselho de Família pode tratar do assunto. Nas demais, é preciso desenvolver a cultura da sucessão. Regra geral, o ponto sutil está mais na falta de disposição dos fundadores e dirigentes em deixar o comando do que na vontade da nova geração em participar dos negócios. Muitas vezes, planejar a sucessão soa como antecipar a aposentadoria, afastar os “velhos” e, figurativamente, aproximar a morte.

Minha resposta objetiva para a pergunta foi: “você já levou seus filhos e sobrinhos para passear na empresa?” Pois, o processo de sucessão se inicia no momento em que os jovens da família são convidados, ainda na adolescência, a conhecer a empresa, a participar de seu dia a dia para entender como as coisas funcionam e identificar suas aptidões como contribuintes para a perpetuidade do negócio. Em comum acordo, são estabelecidas regras para transformar o sonho de cada herdeiro em condução do negócio, conforme suas vocações, desde que devidamente formados e treinados para a tarefa empresarial. Haverá, por certo, os que não se motivem pela empresa. Mesmo assim, terão tido a oportunidade de reconhecer interesses de forma compartilhada e em igualdade de tratamento. Aí começa a sucessão.

Raul Cavallari
CNC 013, publicado no Jornal CNC em 03.07.14

2017-06-13T20:15:31-03:00 3 de julho de 2014|Gestão Empresarial|