É pensamento generalizado que modelos de sucesso devem ser copiados. Jocosamente, muita gente diz que no mundo nada se cria, tudo se copia. No ambiente corporativo, porém, as coisas podem não funcionar bem assim. A diversidade e a complexidade das situações reais exigem profunda análise das variáveis que levam empresas à fotografia de determinado momento. Como consequência, a definição da estratégia que garanta a perpetuidade da empresa depende de cada empresa, considerados sua estrutura, os ambientes operacionais e de mercado.
O mundo dos negócios comemora o sucesso de estratégias empresariais implantadas por três brasileiros (Jorge Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles) que transformaram um banco de investimento numa variada rede de negócios desde cerveja, iniciada pela Ambev, passando para a indústria de alimentos (Heinz) e lanchonetes (Burger King). Suas premissas são focadas em custos, produção e participação em resultados.
Recentemente, o mercado anunciou o desastre causado pela aplicação de modelo de gestão inspirado na Ambev que culminou na falência da empresa, além de processo de administração temerária contra os novos administradores. Por que a aplicação do modelo vitorioso não deu certo?
Alguns atribuem fracassos a várias causas. Em minha visão, além de não existir modelo único de gestão, há sempre uma causa maior que desencadeia todas as demais: a falta de envolvimento das pessoas no processo de governança! É isso que mescla a cultura da organização com soluções criativas para estabelecer estratégia que permita a coparticipação da equipe na consolidação do negócio. Pessoas estimuladas, motivadas e adequadamente preparadas têm o poder de determinar o sucesso ou o fracasso da empresa.
Raul Cavallari
CNC 023, publicado no Jornal CNC em 07.05.15
Sócio da Meta Gestão Empresarial
Conselheiro de Administração Certificado pelo IBGC
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