Em meu artigo de 04.09, enfatizei a necessidade de outros critérios que não somente os financeiros para definir a remuneração variável. Recentemente, deu no “New York Times” que em 2014, 69% das aquisições de empresas no setor de tecnologia acima de USD 100 milhões não tiveram ênfase estritamente em fluxo de caixa e lucratividade.
Concluo que critérios para remuneração ou para aquisição são irmãos siameses por que ambos estão ligados ao valor da empresa. Pelo jeito, também no mundo corporativo, o filósofo está certo: “dinheiro não é tudo na vida”.
Seja aplicando critérios EBITDA ou EVA®, tratados em meu artigo anterior, verifico crescente preocupação com a introdução de indicadores de desempenho não financeiros, relacionados a ações mais concretas para a equipe operacional do chão de fábrica (ou do escritório).
São indicadores de prosperidade que consideram aspirações de crescimento pessoal e profissional, autorrealização e identificação com a filosofia empresarial. São interesses comuns declarados que tornam a equipe comprometida com processos de melhoria contínua, bem como, com questões de sustentabilidade e responsabilidade social.
Importante considerar que a introdução do olhar de prosperidade não dispensa atenção sobre o resultado econômico, sem o que a organização não se sustenta. A composição da remuneração variável pode diferir de acordo com o nível hierárquico da equipe.
Nesse modelo, o peso financeiro fica no entorno de 70%, de acordo com a avaliação de cada situação e dos riscos corporativos. O peso complementar pode estar relacionado a eficiência de processos, especialização e treinamento, redução de retrabalho, assiduidade e tantos outros que, para cada negócio, a alta gerência ou mesmo o Conselho podem estabelecer.
Raul Cavallari
CNC 016, publicado no Jornal CNC em 02.10.14
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