Remuneração variável: EBITDA é o melhor critério?

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Um cliente me pede orientação sobre o melhor critério para remuneração variável, frente aos vários indicadores de desempenho. Este tema provoca reflexões para aplicar a boa prática de compartilhar resultados.

Estrela do mercado, o EBITDA é o grande indicador de desempenho. Representa o lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Com fundamento estritamente contábil, serve para avaliar retorno sobre investimento, retorno sobre ativos etc. No entanto, o EBITDA despreza componentes de custo geradores de valor para a organização, não alinhando, adequadamente, os interesses das partes envolvidas, a começar pelos dos acionistas.

Uma alternativa é determinar a geração de riqueza pelo valor econômico criado (em inglês, EVA® marca registrada Stern Stewart), cujo fundamento é econômico. Baseado no lucro operacional depois dos impostos, deduz o custo do capital empregado e ajusta lançamentos puramente contábeis.

A filosofia EVA®: lucro operacional menor do que o custo de oportunidade do capital empregado destrói riqueza. Em outras palavras: os sócios ganhariam mais aplicando seu capital no mercado do que no lucro gerado em sua própria empresa.

Esta visão sugere que ao pagar RV pelo EBITDA a empresa pode estar destruindo a riqueza dos acionistas. Conclusão, o EVA®, além de alinhar melhor os interesses gerais envolvidos, desperta na equipe o sentimento de “dono do capital”.

Em qualquer critério, há cuidados a considerar. A verdadeira riqueza da empresa é o conhecimento gerado pela equipe e a satisfação em alcançar valores que não somente os monetários. O desafio está em combinar o desempenho econômico com os de prosperidade, chave da motivação para vestir a camisa. Isto fica para outro artigo.
Raul Cavallari
CNC 015, publicado no Jornal CNC em 04.09.14

2017-06-13T20:11:45-03:00 4 de setembro de 2014|Gestão Empresarial|